Eu queria muito correr pra você e te abraçar, queria poder te contar o que está acontecendo nessa bagunça que eu chamo de interior, queria poder gritar por socorro, mas não tenho certeza que você quer ouvir, eu só tenho certeza que não tenho o direito de atrapalhar a sua vida. Me desculpe.
É engraçado como eu sinto o frio às vezes, como eu sinto um vazio no meu peito - tal vazio que parece mudar para um uma bigorna de uma hora pra outra.
Eu não gosto de mim agora. Eu não gosto do que eu sou hoje e eu tenho vergonha de me olhar no espelho. Acho que no fim das contas eu só estou perdido, não é como se não houvesse uma luz no fim do túnel, é como se não houvesse luz alguma. É estranho pensar que só há escuridão e a imagem que me aparece é você. De novo, me desculpe, não quero incomodar você, sei que você tem outras preocupações no momento e eu não tenho o direito de atrapalhar isso, mas eu só queria deitar no teu colo e olhar nos teus olhos por cinco minutos.
Me desculpe por tudo, e esse pedido de desculpas eu dirijo a mim mesmo. Eu não sou o que estou me tornando. Eu estou com medo, só queria parar de me sentir assim.